Parte 2.
Zayn
Século XXI
Abri os meus olhos, dando de cara com um dia ensolarado. Quase fiquei
cego com a claridade. Tentei mexer-me, em vão, estava com o corpo cheio de
dores. Mil coisas giravam na minha cabeça, mas não conseguia me lembrar de
nenhuma delas. Nada estava se encaixando. Cocei os olhos, depois, apoiei minhas
mãos no chão e, com dificuldade, me ergui.
Analisei o lugar onde me encontrava com o olhar, parecia ser um parque.
Era uma área verde, cheia de arvores e flores. Tudo ali aparentava ser bem
intenso, desde as cores até a movimentação. Muitas pessoas passavam perto de
mim, algumas me observavam, outras ignoravam minha presença ali. Todos usavam
roupas muito peculiares, não vi nenhuma mulher de vestido e nenhum homem usando
roupas de couro marrom. Eram roupas mais despojadas e curtas. Franzi o
sobrolho, aquilo era atípico para uma cidade tão tradicional
como Westminster era.
Relaxei os músculos e, em seguida, me levantei. Sentia muita dor nas
pernas e nas costas, mas eu não conseguia me lembrar do porquê de estar todo
dolorido. Comecei a caminhar pelo local, tudo estava diferente. Até mesmo os
bancos.
— Onde eu estou? — murmurei.
Eu estava perdido, mas não sabia como vim parar aqui. Minhas lembranças
não estavam se encaixando. Eu não conseguia me lembrar de nada. Tinha me
esquecido de tudo.
— Ou não. — eu disse, sorrindo. — Eu me lembro da Rob.
Dela eu não me esquecia, de jeito nenhum. Suponho que eu a trouxe nesse
parque e nós nos perdemos. Podia ser uma verdadeira hipótese. ‘‘Ela deve
estar perto do carrinho de algodão doce’’. Apressei meus passos, procurando por
qualquer carrinho que tivesse ali. Eu tenho que encontra-lá, ela deve saber que
lugar é esse.
Passei ao lado de uma pequena lagoa, e aproveitei para ver como eu
estava. Não me reconheci, meu cabelo estava maior. Eu não tinha mais topete, e
sim, uma cabeleira lisa. Tinha uma aparência mais velha, e usava roupas
estranhas. Estava irreconhecível, o que aconteceu comigo?
Saí dali, e continuei a caminhar a procura de Robertha. Alguma coisa
tinha acontecido, algo estava errado. Olhei para todos os lados do parque e não
encontrei nenhum carrinho de algodão doce. Não era possível não ter um sequer
carrinho de qualquer comida lá, o lugar era tão grande.
— É melhor pedir informação para alguém. — pensei em voz
alta.
Caminhei para a parte mais movimentada do parque, várias pessoas andavam
de bicicleta por lá. Eu nunca ouvi tantos murmúrios na minha vida. Eu estava
cansado de tanto andar, não resisti e sentei-me em um banco. Suspirei
aliviadamente, a dor estava cessando.
— Você 'ta bem? — uma garotinha me perguntou, ela estava sentada ao
meu lado.
— Sim. — respondi. — Só estou cansado.
Ela voltou a atenção para sua boneca, eu nunca tinha visto uma tão
moderna antes. Não era feita de pano, e nem de porcelana. Não usava vestidinhos
floridos, e sim, roupas mais extravagantes. Já a menininha se vestia
adequadamente. Ela usava um vestido rosa, que acabava dois dedos antes dos
joelhos. Aquela era a oportunidade perfeita para que eu pedisse
informações.
— Menininha, que parque é esse? — perguntei, ela voltou a me olhar.
— Green Park. — respondeu-me docentemente.
Eu não me lembro de ouvir as rádios anunciando sobre a construção de um
novo parque. Nem sabia que Westminster tinha um terreno tão grande como
esse.
— Você pode me ajudar? — perguntei novamente, eu realmente
precisava de ajuda.
— Depende. — respondeu. — Eu conheço pouca coisa daqui.
— Só preciso saber onde ficam os carrinhos de algodão doce.
— Eu vi alguns carrinhos perto dos brinquedos.
— Você pode me levar lá?
— Sim. — respondeu. — Eu não tenho nada pra fazer.
Agradeci mentalmente por ter encontrado aquela garotinha. Agora eu
encontraria Robertha, e saberia de tudo que perdi. A menina aparentava ter uns
oito anos, já que tinha um rosto e jeito angelical. Levantamos do banco e
começamos a caminhar para longe daqueles ciclistas, até mesmo as bicicletas
estavam diferentes. Vi algumas motorizadas.
— Qual o seu nome? — a menina perguntou.
— Zayn. — respondi. — E qual o seu?
— Bailee. — ela disse enquanto entravamos em outra quadra, aquele
parque era extremamente grande. — E o da minha filha é Bela. —
apontou para a boneca, eu sorri.
Andamos muito e finalmente chegamos a área dos brinquedos. O espaço
estava abarrotado de crianças barulhentas. Poucos pais estavam por perto. Havia
uns cinco carrinhos de comida ali, Rob deveria estar em algum deles. Ou em
algum banco próximo.
— Vou ficar por aqui. — ela disse, sentando-se sobre o
gramado. — Qualquer coisa, eu e Bela lhe ajudamos.
— Obrigado pela ajuda, meninas.
Sorri, Bailee era uma criança estupidamente graciosa. Afastei-me dela, e
continuei a andar para perto de um carrinho cheio de crianças. Os gritos
fizeram minha dor de cabeça aumentar. Infiltrei-me no meio dos pirralhos, mas
não vi Rob ali. Talvez ela não gostasse de cachorro quente.
Me dirigi para outro de carrinho, a movimentação de crianças neste era
pior. Todos queriam sorvete para aliviar o calor. E nada de Robertha por ali.
Fui para outro carrinho, este cheio de adultos. Tive uma leve impressão de que
até os simples carrinhos estavam mais modernos. Analisei toda aquela fila, e
não vi a morena lá. A maioria das mulheres daquele parque eram loiras do cabelo
liso.
Nenhum sinal dela no carrinho de pipoca. Mas eu não desisti, Rob ama
comer, ela estaria por aqui sim. O último carrinho dali tinha uma movimentação
mediana, vi algumas pessoas saírem dali com algodões doces na mão. Finalmente
eu iria encontra-lá. Apressei meus passos até o carrinho, meu joelho latejava.
Eu devo ter batido em alguma coisa bem forte.
Sentei-me em um banco em frente a fila do doce. Observei cada pessoa que
estava ali, mas infelizmente não a vi. Não tinha nenhuma mulher de cabelo
cacheado lá, e muito menos alguma de vestido e sandálias. Olhei ao redor do
lugar, e nada. Porra, eu estava perdido e sozinho.
— Preciso de ajuda. — murmurei, passando as mãos no rosto.
— Eu e a Bela estamos aqui pra isso. — Bailee apareceu na minha
frente, me assuntando.
— Você me perseguiu?
— Foi a Bela que mandou. — eu ri, ela era ingênua demais. —
Precisa de ajuda no que? — se sentou ao meu lado.
— Eu não lembro de mais nada sobre a minha vida. — eu disse,
bufando. — O que deve ter acontecido comigo?
— Você deve ter batido a cabeça num poste. — Bailee supos. —
Daqui a pouco você vai se lembrar das coisas.
Assenti. Eu estava escutando conselhos de uma criança, a pancada deveria
ter sido muito forte. Eu odeio crianças, qualquer tipo delas. São muito
birrentas e mimadas. Mas, Bailee parecia não ser assim.
— Como andam as coisas no ‘‘ escândalo da Cleveland’’ ? —
perguntei a Bailee, essa era a única coisa noticiada nas rádios, gostaria de
saber o desfecho para passar o tempo.
— Você 'ta bem desatualizado. — ela disse. — Isso
aconteceu há mais de cem anos.
Arregalei os olhos. Mais de cem anos? Era algum tipo de brincadeira dela
comigo. Ontem mesmo eu ouvia um radialista falar que o príncipe
Alberto Vitor estava envolvido no caso.
— Você é muito engraçadinha. — ri pelo nariz.
— Não estou brincando, Zayn. — ela disse. — Isso
aconteceu há mais de cem anos, se não me engano, no século dezenove.
— Mas nós estamos no século dezenove, Bailee.
— Claro que não. — ela riu alto. — Nós estamos no século
vinte e um, Zayn.
— Você está brincando, não é? — perguntei nervoso.
— Não. — ela disse. — A pancada deve ter sido muito
forte, você não consegue nem se lembrar em que século está. — gargalhou.
Estremeci. Não era possível, como eu vim parar em outro século? Ainda
por cima, vivo e jovem? Minha cabeça começou a doer com tantas outras dúvidas
que surgiram. Eu deveria estar pálido. Se fosse uma mulher, já teria
desmaiado.
— Zayn, 'ta tudo bem contigo? — Bailee perguntou preocupada.
— Não acredito que estou no século vinte e um. — suspirei. —
Isso não pode ser verdade, Lee.
‘‘ Mas é, Zayn. Você está no século vinte e um. ’’
****
Olá, directioners!
Finalmente, lhes entrego a parte 2. Espero que gostem, não sei quando volto com o capítulo 9. Hehe, agora a fanfic vai começar a prestar ashuahusa . Sim, eu gosto de citar ''acontecimentos históricos'' ou não nas minhas fanfics, ignorem rç
Ps: Pra quem já leu os capítulos anteriores da fic, recomendo ler novamente pois eu reescrevi e tem novidade lá.
Ps²: DESCULPA MESMO PELA DEMORA.
Bj da Caah ♥
Sabe... eu poderia te socar por ter parado na melhor parte, mas como sou escritora sei que o próximo capitulo vai ser ótimo, contudo como leitora que só está comentando agora eu ainda quero te socar...
ResponderExcluirEsperarei ansiosamente pela próxima atualização.
Beijos e até! xXx
P.s.: Amore, tem uma parte em que o personagem se apresenta como Zayn e nas cenas seguinte a garotinha o chama de Harry... Estou perdida (?)
Então, foi um erro de digitação hashaus, vou arrumar. Obrigado mesmo por comentar Agatha, só me incentiva a continuar e melhorar.
ExcluirContinua sim, viu? Bjs.
ResponderExcluirObrigado amorzinho
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